Carta dos Moradores da Comunidade do Timbó ao Prefeito Luciano Agra
Senhor Prefeito Luciano Agra,
Vimos respeitosamente, através desta, esclarecer a Vossa Excelência alguns aspectos da questão estrutural relacionada à nossa Comunidade: o Timbó. Embora saibamos de sua presteza quando o assunto é a melhoria da qualidade de vida dos mais carentes, não podemos deixar de enfatizar o tempo de espera ao qual estamos sendo submetidos e o sucessivo custo das medidas paliativas que são colocadas a cada intempérie natural.
Desde 2010, quando Ricardo Coutinho ainda ocupava a cadeira de Prefeito de João Pessoa, iniciamos a nossa luta de forma mais veemente buscando a definitiva urbanização da nossa comunidade, recebemos com muita alegria a presença do prefeito in-loco na comunidade para anunciar o inicio das obras de pavimentação, drenagem, construção das casas e contenção da barreira, isto em Março de 2010, durante o Projeto Comunidade Preventiva realizado pelo Conselho Comunitário de Segurança dos Bancários, com o engajamento total da Paróquia Menino Jesus de Praga e do Rotary Club João Pessoa Bancários.
Logo após, a Paróquia Menino Jesus de Praga encampou a campanha #SOSTimbo que buscava alertar as autoridades quanto aos perigos eminentes vividos a cada dia pelas péssimas condições estruturais da nossa comunidade, após esta campanha voltamos a ser recebidos pelas autoridades e acreditávamos mais uma vez no delinear de uma solução, porém, as justificativas eram sempre as mesmas: vamos licitar.
Passados 02 (dois) anos a única parte do todo que começou a ser implementada foi à construção das casas no terreno ao lado da nossa comunidade, construção essa que deveria ser entregue em agosto de 2011, conforme o proemtido, além de ter sido paralisada e as moradias sendo invadidas, as promessas de calçamento das ruas, de conclusão das casas e de trabalho preventivo nas encostas, não se efetivaram e muitas famílias sofrem a cada chuva de verão e a cada inverno, passando noites em claro retirando água de dentro das suas moradias e rogando a Deus, piedade, para que a chuva seja passageira e branda. Ademais, o valor do “aluguel social” (R$ 200,00) não é suficiente para o pagamento do aluguel em outro local.
Apesar de todo o empenho da Prefeitura Municipal de João Pessoa em minimizar o sofrimento das nossas famílias, alguns órgãos municipais não cumpriram com a sua determinação e as casas alagadas, pela água do rio, não foram visitadas pela Defesa Civil, mesmo após a informação da necessidade, repassada pelas próprias vítimas.
Nós, moradores e instituições que subscrevem esta carta, temos assistido corriqueiramente a ação de saques no local da obra das nossas futuras casas, sendo roubados os materiais, como portas e esquadrias, telhas, madeiras e depredação das mesmas com pichações; além do mais, o espaço está sendo diuturnamente invadido para o consumo de drogas e prostituição.
Faz parte, ainda, das nossas reivindicações, os cadastros das famílias que serão contempladas com as casas populares. A forma de arregimentação desses cadastros foi equivocada e baseada em um processo político, capitaneado por uma assessora de um colaborador da Prefeitura, que tem pretensões eleitorais e, por isso, está equivocada, conhecemos famílias que estão morando nas áreas de risco e não estão cadastradas.
Solicitamos, além do recadastramento das famílias, que os coordenadores do processo sejam as instituições que historicamente nos apóiam: a arquidiocese (através da Paróquia Menino Jesus de Praga), o Rotary Club João Pessoa Bancários e o Conselho Comunitário de Segurança dos Bancários.
Diante dos fatos acima descritos e da necessidade premente, nós moradores do Timbó e instituições apoiadoras, solicitamos ao senhor, Luciano Agra, providências urgentes no sentido de efetivar as obras prometidas, melhorando definitivamente a nossa qualidade de vida.
João Pessoa, 31 de Janeiro de 2012
Moradores do Timbó
Rotary Club João Pessoa Bancários
Conselho de Segurança dos Bancários
Paróquia Menino Jesus de Praga - Bancários
